quinta-feira, 30 de junho de 2016

CANDOMBLÉ E A IMENSIDÃO DE UM MAR DE CONHECIMENTOS




Um Conto de Baba Guido

Decidi por conta e risco atravessar esse mar a nado. No inicio foi muito emocionante quando do meu primeiro mergulho. A cada braçada me sentia mais intimo dessas águas. Foi quando então criei coragem de mergulhar mais fundo, e a cada mergulho uma nova descoberta. Quanto mais fundo eu avançava, mais segredos eu desvendava, mas chega o momento de retornar a superfície, pois “ninguém há de saber todos os profundos mistérios desse mar”.

Dias de calmaria se passaram, assim como dias de agitação também. Enfrentei tempestades, frio, calor, fome, sede, inimigos naturais e até mesmo predadores. Encontrei embarcações de grande e pequeno porte, algumas nem sequer queriam saber o que ali estava fazendo, enquanto outras tudo me perguntavam, e aquilo que achava de direito lhe falar, narrava as minhas experiências e conhecimentos.

Encontrei alguns que estavam no mesmo lema que eu, o de atravessar esse mar de conhecimento. Alguns se aproximaram, outros se afastaram, enquanto muitos se perderam de vista. Muito que pedi ajuda para essa tamanha façanha, alguns me ajudaram enquanto outros me ignoraram; alguns até mesmo me desdenharam. Teve até mesmo aqueles que desejaram que eu me afogasse ou fosse devorado por algum monstro sobrenatural.

Chegou o momento de extremo cansaço, então como um verdadeiro “barco a deriva”, fiquei boiando de costa, deixando que a correnteza desse mar me levasse para onde ele assim o desejasse. Recuperei minhas forças e repeti tudo novamente por várias e várias vezes, e mesmo assim estava um pouco a mais da metade desta minha árdua jornada por essas águas profundas. Mas então, num certo momento desses descansos, meu corpo não mais agüentou e meus olhos não mais abriram; Deus me deu o descanso eterno!

Acordei todo molhado de suor e pensei comigo: Porque eu não fiz essa travessia de barco? Se o fizesse, teria eu conseguido atravessar essa imensidão das águas? Depois de refletir aos meus próprios questionamentos, cheguei à conclusão de que poderia sim chegar além-mar, mas não teria adquirido a mesma bagagem de conhecimentos.

Possa ser uma obra de ficção, mas qualquer semelhança é mera coincidência.

Baba Guido Olo Ajaguna




quarta-feira, 29 de junho de 2016

Cantamos para convidar e não para intimar Òrìṣà.





“Cante com amor no coração e as divindades lhe ouvirão”

Sim, exatamente isso “intimar”, é o que está acontecendo na maioria dos Terreiros de Candomblé, quando o “cântico de invocação” for entoado, “recebe o santo ou apanha do pai de santo”. Sem falar na sua desmoralização se chegar atrasado. Mas quem és tu Baba Brutus, um reles mortal para intimar um Òrìṣà?

Acredito que todos já tenham presenciado cenas deprimentes de ìyáwò ser agredida no salão em pleno dia de festa, com a casa repleta de convidados, simplesmente por seu Òrìṣà não ter chegado no momento exato em que o pai de santo determina como “obrigatório”. Isso se o “Divino Atrasado” não for agredido verbalmente e muitas vezes fisicamente. Quem aqui nunca ouviu falar de iniciados de Baba mi Òṣògíyan que apanharam com “varas de atori”, a ponto de formarem vergões horríveis no corpo da pessoa? Se já não bastasse as Igrejas Evangélicas espancarem as pessoas para expulsar “aquele do mal”, agora os Terreiros de Candomblé tem que espancar as pessoas para receberem “aquele do bem”.

Não estou aqui para questionar aqueles que “dão santo demais, santo de menos ou os que nada dão”; mas acredito que esse tipo de “atitude grotesca” de certos sacerdotes, simplesmente induzem o “transe simulado” no indivíduo que está sofrendo esse tipo de agressão. Será que esses “Senhores dos Santos”, não tem o devido conhecimento de que se o Òrìṣà não se manifestar-se no salão ele terá a opção de invocá-lo dentro do “quarto de santo”? Não se leva mais em consideração o fato daquele indivíduo estar devidamente preparado ou não para o transe de possessão naquele momento e naquele dia?

Numa colocação mui particular, “Òrìṣà não se intima e sim se convida”, suplica-se a sua presença perante nós mortais. Aquele celebre cântico de invocação que diz a palavra “jàre” do qual significa, ”por favor,” já diz por si só o que aqui acabo de descrever.


Baba Guido Olo Ajagùnà

SANTO CONTRATADO ou SANTO CONVIDADO?


O título do post pode parecer estranho para muitos quanto aos termos utilizados “contratar e convidar”, mas acredito que seja do conhecimento de todos, o fato de certos Babalòrìṣà e Ìyálòrìṣà quando desejam realizar as mais diversas festividades e não ter dentro de seu Terreiro de Candomblé iniciados e consagrados aquele Òrìṣà a ser homenageado, contratar ou convidar filhos de santos de outros Terreiro, para representar o “Santo do Dia”.

De maneira alguma eu sou contra convidar uma pessoa para representar o Santo do Dia, mas sinto em dizer que sou totalmente contra essa questão muito comum entre o povo de santo, de chegar na “hora da festa”, com suas malas e cabides com suas roupas e paramentas de santo; sem falar aqueles que chegam quando a festa já se principiou, adentrando o salão ao rufares dos tambores carregado suas imensas bagagens.
 

Vejo essas pessoas que “cobram” para vestir santo na casa dos outros, como um “profissional” que chega numa Casa de Show, apresenta seu espetáculo, recebe o seu cachê e vai se embora.

Numa colocação muito particular, aprendi que para se convidar um Ọmọ Òrìṣà com o intuito de representar o “Santo do Dia”, você deva ir pessoalmente a casa desses, e não tratar esse tipo de assunto por outros meios de comunicação disponíveis. Aprendi também, que você deva levar um pequeno cesto contendo alguns ingredientes, onde se a pessoa em questão aceitar o referido cesto e depois de realizar uma determinada cerimônia, a mesma estará aceitando o convite, ou seja, estará selando um compromisso perante o sagrado. Será comunicado o dia dos ritos litúrgicos onde a presença desses Ọmọ Òrìṣà se faz necessário. 

Há quem diga que não abre as “portas do sagrado” as pessoas de fora, mas acredito que aqui essa pessoa não possa ser considerado como um estranho, pois pelo menos em minha concepção, jamais convidaria uma pessoa que não tivesse confiança para tal dever de responsabilidade.

Baba Guido Olo Ajaguna.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

ẸBỌ ATI ADIMU FUN ÌYÀMI





ÌDÁÀBÒBÒ LỌ́WỌ́ ÌYÀMI – PROTEÇÃO CONTRA AS ÌYÀMI
Odù Òdí na segunda posição, independente do Odù que o anteceda.
Ẹbọ Ìyàmi (passa os ingredientes no corpo)

WÍWÁ ÌYỌ́NÚ ÌYÀMI – OBTER FAVORES DAS ÌYÀMI
Odù Ọ̀sá na segunda posição, independente do Odù que o anteceda
Adimu Ìyàmi (não passa os ingredientes no corpo)

MATERIAL

Uma cabaça grande em forma de cuia
Uma cabaça pequena com aró diluído em água
Uma cabaça pequena com osùn diluído em água
Uma cabaça pequena com ẹfun diluído em água
Uma bolota de farinha de mandioca com água e aró
Uma bolota de farinha de farinha com água e osùn
Uma bolota de farinha de farinha com água e ẹfun
Três ovos de galinha caipira (galado)
Uma pena de Agbè
Uma pena de Àlùkò
Uma pena de Lékeléke

PROCEDIMENTO

Coloque as três cabaças pequenas dentro da cabaça grande.
Adicione a bolota azul dentro da cabaça.
Adicione o primeiro ovo dentro da cabaça com a tintura azul.
Adicione a bolota vermelha dentro da cabaça.
Adicione o segundo ovo dentro da cabaça com a tintura vermelha.
Adicione a bolota branca dentro da cabaça.
Adicione o terceiro ovo dentro da cabaça com a tintura branca.
Adicione a pena azul dentro da cabaça com o ovo azul
Adicione a pena vermelha dentro da cabaça com o ovo vermelho.
Adicione a pena branca dentro da cabaça com o ovo branco.

LOCAL DE DESTINO

Confirmar no Owó Mẹ́rìndlogun qual o caminho a ser deixado o trabalho.

FOLHAS A SEREM UTILIZADAS

Confirmar no Owó Mẹ́rìndlogun qual o tipo do banho de purificação.

DUVIDAS???


Baba Guido Olo Ajaguna

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Orin Asá Ọ̀sányìn – Sásányìn fun Ìtanná




Orin Asá Ọ̀sányìn – Sásányìn fun Ìtanná



Lílé –   Irunmalẹ̀ tanná sí ilé
            Ìtanná tanná
            Iná ire Irunmalẹ̀ ta
            Irunmalẹ̀ tanná sí ilé
            Ìtanná tanná
            Iná ire Irunmalẹ̀ ta ó

Ègbè – Repete o refrão



Interpretação:

Divindade acendeu uma luz na casa
Acendeu a luz de uma lamparina
Fogo da benevolência, Divindade ilumina

(substitua o nome Irunmalẹ̀ pela Divindade que esta sendo ofertada)

Baba Guido Olo Ajaguna

              

O DOM DO SACERDÓCIO E O TALENTO DO SACERDOTE




OS DOIS LADOS DE UMA ÚNICA MOEDA


Em meu discernimento, entendo que há semelhanças e diferenças entre dons e talentos. Os dois são dádivas divinas. Os dois crescem em efetividade com o exercício do sacerdócio. Ambos são para ser usados a favor de outras pessoas e não para propósitos egoístas. No entanto, dom e talento diferem em “para quem são dados e quando são”. Embora muitos saibam o seu significado, não conseguem exprimir em palavras a diferença entre um e outro. Apesar de para muitas pessoas parecer ter o mesmo significado, as palavras dom e talento, possuem definições distintas. Nesse new post, trataremos o dom e o talento dentro da espiritualidade.

O DOM

Porque algumas pessoas conseguem atingir sucesso ou serem boas em alguma coisa, sem precisar de muito esforço? É exatamente isso que nós chamamos de dom. Uma característica inata de realizar algo de forma simples. Dons são habilidades específicas que já nascem com um determinado indivíduo. Trata-se de capacidades especiais que uma pessoa possui de executar ou aprender, com destreza e maestria, determinadas atividades que outras não têm.

O dom espiritual é uma dádiva, um presente, um mérito, uma capacidade especial inata, habilidades específicas que já nascem com um determinado indivíduo. Trata-se de capacidades especiais que uma pessoa possui de executar ou aprender, com destreza e maestria, determinadas atividades que outras não têm. Esse dom é outorgado por Olódùmarè a uma pessoa de forma gratuita, em potencial para desempenhar com alguma facilidade determinadas tarefas que seriam complexas para a maioria de outras pessoas. O Sacerdote é o "representante do sagrado", uma “autoridade religiosa”, uma pessoa habilitada para presidir ritos e cerimônias.

Com isso, todos os sacerdotes devem ser ativos em fazer a sua parte na propagação de sua religião. Todos são chamados e equipados para serem envolvidos no "desempenho do seu dom". Todos são dotados para que possa contribuir à causa de seus ancestrais e mostrar gratidão por tudo o que eles tenham feito para manter a religião viva. Ao fazerem isso, também acharão satisfação na vida através de sua “jornada religiosa”. O que se espera receber dos dons espirituais é que a religião possa crescer, assim como ser fortificada e de certa forma unificada.

 “um dom não é condição suficiente para caracterizar um gênio. Qualquer indivíduo pode ter um dom. Já um gênio tem, sim, um dom. Mas na genialidade há algo que a ciência ainda não explica”.

O TALENTO

A palavra talento, apesar de muitos confundirem com dom, significa uma inteligência brilhante, uma qualidade superior, uma disposição natural a algo. Como já dito, enquanto o dom é uma capacidade inata, o talento é uma habilidade, uma aptidão, um gosto, uma predisposição espontânea a algo que pode ser desenvolvido e aperfeiçoado. Mesmo que exista algum componente genético, qualquer talento depende de três ações básicas fundamentais para que seja aprimorado com excelência e dessa forma atingir sua plenitude, ou seja, o talento depende de treinamento contínuo disciplina e perseverança.

Uma pessoa, independente de sua crença religiosa, recebe talento natural como resultado de uma combinação da genética, por exemplo, alguns têm a habilidade natural para música, pois cresceu em uma família de músicos e esse fator vai ajudar o desenvolvimento de seu talento musical, ou simplesmente porque Deus quis favorecer certas pessoas com certos talentos. O que freqüentemente acontece é que uma pessoa pode perfeitamente desenvolver seus talentos e depois direcioná-los a sua profissão ou hobby de acordo com esses talentos e seus interesses.

Diversas pessoas, e você com certeza também deve conhecer algumas, que possuem dons espirituais, mas não os desenvolvem, não os lapidam, não se interessam ou mesmo não se empenham para desenvolver esta habilidade. E aí então, eu te pergunto, do que adianta um dom, se você não o maximiza? Uma pessoa pode ter dom para falar, para aprender, para ouvir, para ensinar ou mesmo para realizar qualquer coisa que desejar, mas se não se dedicar em desenvolver estas facilidades, dificilmente atingirá grandes resultados. E a chave de tudo isso se chama motivação. Reflita agora em quantos indivíduos você já conheceu que tinham um grande dom para ensinar, por exemplo, mas acabaram seguindo um caminho completamente diferente do “saber”? A resposta é muito simples, porque mesmo apesar de ter um dom especial, não souberam ou não quiseram aproveitá-lo de maneira adequada. Não se sentiram motivados a usar uma capacidade grandiosa para algo maior que gerasse conquistas e benefícios fantásticos.

Todos nós crescemos com características próprias e específicas, sejam hereditárias ou acumuladas e aprendidas ao longo do tempo. E é exatamente a junção destas aptidões que formam a nossa personalidade e nos abrem caminhos para compreendermos nossa própria vocação, aquilo que podemos fazer com qualidade e louvor. Aquilo que pode potencializar nossos dons e talentos capazes de nos trazer resultados extraordinários seja no contexto pessoal, profissional e mesmo religioso. E como ficam aqueles que têm dom, mas não têm talento? Estes são um desperdício, nasceram com algo especial, mas não foram lapidados como deveriam, sem mencionar os que são “desligados”, aqueles que, mesmo terem tido boas chances, não se esforçaram para se desenvolver. Deles é que se diz: “Deus dá asas para quem não quer voar”.

Ifá nos ensina que os dons espirituais são dados por Orunmila e outorgados por Olódùmarè para beneficiar outras pessoas e não a nós mesmos; dá-se a entender que talentos, também devem ser usados para esse propósito. “Os dons espirituais se focalizam apenas para fins religiosos, enquanto que, os talentos podem ser usados para objetivos completamente não espirituais”.

Se fizer sentido, convido você a compartilhar este conhecimento!

Baba Guido Olo Ajaguna.


terça-feira, 21 de junho de 2016

AS PROPRIEDADES MEDICINAIS DO ATAARE





Ataare
Aframomum melegueta, Zingiberaceae
Popularmente conhecida por Pimenta da Guiné



As maiorias das plantas usadas hoje em dia, são devido às suas propriedades comestíveis, medicinais e terapêuticas. Basicamente, seus atributos medicinais são baseados em algumas substâncias químicas que oferecem atividades fisiológicas importantes ao corpo humano. O mais significativo destes componentes químicos que são suportados pelos pesquisadores para ser metabólitos secundários na sua maioria são os flavonóides, taninos, alcalóides e compostos fenólicos.

A Pimenta da Guiné é uma planta herbácea, originária da África Ocidental, em países como a Nigéria, Camarões, Libéria, Costa do Marfim, Serra Leoa, Togo, Gâmbia e Gana. Prospera principalmente em habitats pantanosos especialmente nas costas do Oeste Africano. Em Abẹ́òkuta, essa pimenta é denominada de atayẹ́ e em Ìjẹ̀bú de ẹtalúyà.



As sementes desse tipo de pimenta são vendidas geralmente em vagens fechadas. O fruto se distingue pela sua forma ovóide, com cor avermelhada quando frescos, no entanto a cor muda para marrom quando seca. As vagens contém inúmeras pequenas sementes acastanhadas com pimenta afiada, amargo, picante e sabor aromático. O fruto envolve as sementes, que são selados com a pele esbranquiçada interior fina como papel. O seu forte sabor picante, apimentado é como resultado de suas cetonas aromáticas e alto teor de tanino.

A pimenta da guiné é uma especiaria de alto valor, como resultado de seus altos valores medicinais e nutritivos, por exemplo, os fitoquímicos derivados de suas sementes estão sendo usados ​​desde tempos imemoriais para o tratamento de várias doenças. Além de fins medicinais, essa pimenta é geralmente consumido in natura e utilizado para fins culinários.

Ataare é uma especiaria muito popular no continente africano, que é normalmente consumido pelos mais velhos e às vezes pelos mais jovens. Em reuniões tradicionais e eventos como cerimônias de batizados, casamentos, nomeações, reuniões e até mesmo em cerimônias fúnebres, são servidas juntamente com nozes de cola e manteiga de amendoim, como parte dos ritos habituais.


Excelente fonte de fitonutrientes como terpenóides, alcalóides, flavonóides, taninos, glicosídeos cardíacos, saponinas e compostos fenólicos. Eles limpam os radicais livres e oferecem proteção contra vírus, alérgenos, micróbios, agregação plaquetária, tumores, úlceras e hepatotoxinas. Isto sugere por isso que é comumente usada na medicina popular para a prevenção e resolução de problemas intestinais.

O extrato dessa pimenta pode ser utilizado para o tratamento de desordens gastrointestinais tais como dor de estômago, diarréia, úlcera e vermes intestinais.

As sementes podem ser trituradas e usadas ​​para a preparação de misturas para tratar e curar feridas. A pimenta da guiné contém uma elevada quantidade de taninos, que se distingue pela suas propriedades rigorosas e, como tal, é muito eficaz para curar feridas, tratamento de queimaduras e calmante membrana mucosa inflamada.
O extrato de sementes tem propriedades antimicrobianas devido aos seus constituintes de compostos fenólicos que são normalmente utilizados como desinfetantes. Estudos revelaram que o extrato dessa pimenta é um amplo espectro e, como tal, tem um efeito inibidor sobre o crescimento de bactérias tais como Salmonella typhi, Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumonia, entre outras.

Estudos revelam que a pimenta da guiné é afrodisíaco natural, portanto, pode ser usado para estimular desejos sexuais.

As sementes tem propriedades anti-inflamatórios devido à sua componente de gingerol que inibe a síntese de leucotrienos e prostaglandinas. Ele oferece proteção contra a inflamação do corpo.

O extrato aquoso da planta é um analgésico natural e como tal pode ser usado para aliviar e aliviar dores, como dor nas articulações, dor de dente, dor de estômago, dor da artrite e dor artrite.

A pimenta da guiné pode ser adicionada a outras ervas na manipulação de remédio para o tratamento de doenças infecciosas da pele, como o sarampo, varicela e varíola.

Devido às suas propriedades estimulantes e sabor picante, a pimenta da guiné é normalmente mastigada como estimulante para manter o corpo alerta.

As sementes auxiliar fácil digestão dos alimentos impedindo assim a constipação e distensão abdominal.

As folhas são usadas para preparação de medicamentos fitoterápicos para prevenir e tratar a malária.
  
Não há efeitos colaterais registrados acerca da pimenta da guiné, Entretanto, mulheres grávidas e lactantes são orientadas a não consumir com base nos seguintes experimentos:

Um experimento por Inegbenebor et al., (2009) mostram que a alta dose dessa pimenta, administrado a ratos fêmeas que estavam prenhas, levou a cessação de suas gestação, no primeiro trimestre.Com base nesse relatório, as mulheres grávidas em seu primeiro trimestre são altamente recomendadas para se abster de comer a pimenta para evitar abortos.

Uloneme et al., (2014) concordam que as mães lactantes devem evitar o consumo dessa pimenta em quantidades elevadas, pois ele pode reduzir a secreção de prolactina, um hormônio liberado pela glândula pituitária, que estimula a produção de leite após o parto. Não há dúvida de que o leite materno é essencial para os recém-nascidos, uma vez que lhes oferece imunidade e nutrição antes que eles estão em idade para comer facilmente e digerir alimentos sólidos.

ATENÇÃO: Este post é apenas para fins de esclarecimento e não deve ser usado como um substituto para o diagnóstico profissional e tratamentos. Lembre-se de sempre consultar seu médico antes de tomar decisões relacionadas com a saúde ou para o aconselhamento, orientação e tratamento sobre uma condição médica específica.


Baba Guido Olo Ajaguna

Ewé Òṣí bàtà ati Ewé Ojú oró – As Irmãs Folhas





    Ewé Òí bàtà
Nymphaea lotus L., Nymphaeaceae 
conhecida popularmente como nenúfar  



Ewé Ojú Oró 
Pistia stratiotes L. Araceae
popularmente conhecida por alface d’água

Denomino ambas as folhas aquáticas de “Irmãs Folhas”, pois dentro do Terreiro da Casa Grande, por mim dirigido, “a presença de uma se faz necessário da outra”. Lá não existe cerimônia de iniciação e consagração, sem a presença do “Òí bàtà ati Ojú Oró”. Duas folhas indispensáveis, da qual denomino de ewé orò, usadas na complexa elaboração dos Ritos de Folha de qualquer ìyáwòrìà. No Terreiro da Casa Grande, ambas as folhas pertencem à Olóòkun, Ọlọ́ọ̀sà, Ọ̀ṣun e Yemọja e um grande segredo guardado com Yéwà.



Coroa de Olóòkun

Enquanto o lírio d’água é a Coroa de Olóòkun que floresce apenas ao anoitecer até bem antes lua, mas evita o calor do sol, onde a beleza de suas flores brancas ou pálido-azul é guardada para o escuro da noite, quando ele é envolto em seu manto natural, enluarada de mistério; o alface d’água passa a ser a Coroa de Ọlọ́ọ̀sà, Ọ̀ṣun e Yemọja.



Coroa de Ọlọ́ọ̀sà, Ọ̀ṣun e Yemọja


Seus Ọfọ̀ (encantação) denominados de Orin Asá Ọ̀sányìn ou simplesmente Sásányìn dizem:



Lílé (solo)   Ta ni ì o lékè n awó
                    Ta ni ì o lékè nwọn
                    Òí bata ni ì o lékè odò
                    Ojú Oró ni ì o lékè omi
                    Ta ni ì o lékè nwọn
Ègbè (coro) Repete o refrão

Persistentemente, esta sobre os mistérios
Persistentemente, esta sobre eles
Nenúfar está sobre o rio
Flor d’água esta sobre a água
Persistentemente, esta sobre eles

Lílé (solo)    Òí bata é ni ì  lé ténté l’ójú odò
                     Ojú Oróé ni ì lé ténté l’ójú omi
Ègbè (coro)  Repete o refrão

Nenúfar sempre flutua na superfície do rio
Alface d’água sempre flutua na superfície da água

As frases inseridas nos dois “cânticos de folhas” evocam a ideia de que essas plantas flutuantes suportam as águas paradas e os constantes movimentos lentos das águas do rio, alem de evocar a ideia de superioridade e domínio.

De fato que existem muito mais Mistérios e Segredos relacionados ao Òí bàtà ati Ojú Oró, mas se aqui fossem expostos por minha pessoa, violaria o Sagrado, pois o que aqui descrevo é uma fração do meu conhecimento acerca dessas Folhas Sagradas.


Baba Guido Olo Ajaguna

ÀRÌDAN E SUAS PROPRIEDADES MEDICINAIS

Nos últimos anos, as plantas tornaram-se uma fonte indispensável de alimentos e medicamentos. Mesmo em tempos modernos, as maiorias das pessoas dependem muito das plantas medicinais como uma importante fonte de remédio e tratamentos alternativos para a maioria das doenças ocasionais e com risco de vida.

Como resultado da homeopatia, há uma demanda crescente em todo o mundo para estas plantas medicinais. Além de combater as doenças, as pessoas estão recorrendo mais a estes plantas medicinais como um meio de reduzir o uso de medicamentos químicos, dito como alopatia, que em certos casos, poderiam ser mais prejudiciais para a saúde humana, do que a própria enfermidade a ser tratada.

Curiosamente, a maioria das plantas com propriedades medicinais são usadas ​​em nossa culinária cotidiana, como ervas, especiarias, condimentos e conservantes. Mas a verdade é que muitas vezes consomem a maior parte destas plantas medicinais essenciais na forma de especiarias, mesmo sem reconhecer o que nossos corpos ganham com elas.



Além disso, a utilização destas plantas medicinais como conservantes alimentares, temperos e, como instrumento para prevenir e combater o desenvolvimento de microrganismos em organismos humanos tornou-se uma área de estudos extensivos.

Uma dessas plantas medicinais valiosa é o Àrìdan ou Aìdan, da espécie Tetrapleura tetraptera e da família das Mimosoideae. O fruto Àrìdan paira sobre talos grossos nas extremidades dos ramos e são caracteristicamente de cor acastanhada. O fruto mede cerca de 15 a 25cm de comprimento e se distingue por seus 4 sulcos longitudinais que são ligeiramente curvo. Dois dos sulcos são lenhosas enquanto os outros dois contém polpa macia, aromático e oleoso. O fruto contém pequenas sementes, duras que medem aproximadamente 8mm de comprimento. O fruto é distinguido por sua polpa carnuda, quando fresco, mas essa polpa carnuda tende a ser muito forte quando seca. A parte interna do fruto é caracterizada por pequenas sementes preto-acastanhada.

Àrìdan é muito procurada devido a seus altos valores medicinais e aromáticos e, como tal, é utilizado para vários fins que vão desde ao uso culinário, terapêutico, cosmético e mágico-religioso. Amplamente utilizada na Medicina Tradicional Yorubá. 

O fruto Àrìdan contém uma elevada quantidade de fitoquímicos ou fitonutrientes essenciais que são vitais para o saudável e perfeito funcionamento do corpo. Uma excelente fonte de potássio, ferro, zinco, cálcio, fósforo, flavonóides, taninos, alcalóides, esteróides e compostos fenólicos. Ele também contém 234,42 para 379.48g/cal de energia alimentar, 7,44% a 17,50% de proteína bruta e 4,98% - 20,36% de lipídios bruto.

O Àrìdan pode ser triturado, moído, ralado ou quebrado em pequenos pedaços antes de adicionar à comida ou usar para fins medicinais. Alternativamente, o fruto pode ser dividido em dois ou em sua totalidade adicionada no alimento. É importante adicionar este “tempero” no alimento no principio do cozimento, para que o mesmo possa infundir adequadamente, suas propriedades medicinais, sabor e aroma.

Para os medicamentos fitoterápicos, os troncos, cascas, raízes, folhas e frutos da Tetrapleura tetraptera podem ser infundido, cozido, ensopado, espremido, extraído, esmagado ou transformados em misturas. 

O extrato do caule e casca dessas tem um efeito inibitório sobre o hormônio luteinizante liberado pela glândula pituitária. Isto sugere por isso que esta planta serve igualmente como um contraceptivo.
Tanto o caule, folhas e frutos são utilizados para a produção de mistura de ervas para controle de convulsão. Estudos revelaram que os extratos aquosos da planta exibem atividades anticonvulsivantes e isto confirma é efeitos inibidores sobre o sistema nervoso central.

Estudos revelam que o Àrìdan pode ser usado no tratamento da lepra, que é uma doença infecciosa que afeta principalmente a pele, nervos e as membranas mucosas causando manchas e caroços na pele. Casos graves de hanseníase podem levar a deformidades e mutilação.

O extrato dessa planta é conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e isso sugere seus impactos inibitórias contra determinados patogênicos humanos. Como um resultado, ele pode ser usado para reduzir a inflamação do corpo, dores artríticas e dores reumáticas.

Muito benéfico ao sistema cardiovascular devido aos seus componentes fitoquímicos essenciais e, como tal, pode ser utilizado para prevenção e tratamento de doenças cardíacas.

Estudos revelam que os extratos aquosos de caule, folhas, caule, casca e raízes da planta, contem propriedades moluscicidas, cruciais para o controle de esquistossomose, doença transmitida pelas mais variadas espécies de moluscos. Normalmente usado em jardinagem, plantio e da agricultura para oferecê-la proteção e controle contra pragas gastrópodes especialmente caracóis e lesmas que se alimentam do plantio e causam danos.

O fruto pode ser seco e misturado em forma de pó para a produção de produtos dermatológicos, tais como sabonete. A grande atenção atraída para o uso desta planta para a fabricação de sabonetes é devido às suas elevadas propriedades antimicrobianas e antibacterianas. É digno de nota que essa planta ajuda a promover a formação de espuma, bem como a sua dureza. Para fazer sabão com Àrìdan, ervas secas trituradas a pó podem ser combinadas com outros óleos essenciais. Sabonetes produzidos com estes três ingredientes fundamentais têm qualidades superiores ao contrário daqueles com uma base individual.

Os pesquisadores concordam que o extrato da casca do tronco, é eficaz para prevenir a pressão arterial elevada, assim como no tratamento e controle de diabetes.

Alem de ser uma excelente fonte de vitaminas essenciais, tais como potássio, ferro, cálcio, magnésio e zinco, essa planta ajuda a fortalecer nosso sistema imunológico. Ferro ajuda a regenerar o sangue perdido, zinco oferece proteção contra vírus, especialmente aqueles que podem causar infecções do trato respiratório enquanto o cálcio e o potássio ajudam a controlar e prevenir a osteoporose e distúrbios musculares.

Tradicionalmente utilizado para a preparação de sopas especiais para as parturientes, principalmente para a contração pós-parto. Embora possa ser usado sozinho para este tipo de preparação “sopa pós parto”, no entanto, ele pode ser usado em conjunto com outras plantas medicinais. Usando este tempero para os cuidados pós-parto são atribuída a sua elevada concentração de cálcio, ferro e potássio, que são muito importantes para as novas mães. Além disso, ele ajuda a restaurar e repor o sangue perdido e promove a lactação.

Contêm compostos químicos essenciais, tais como flavonóides, glicosídeo e fenóis, que foram relatados eficazes para curar feridas.

Uma excelente fonte de antioxidantes, tais como polifenóis, alcalóides, flavonóides e taninos. Os antioxidantes ajudam a proteger nosso corpo dos danos dos radicais livres. É importante notar que os radicais livres e espécies reativas de oxigênio formadas durante o processo de oxidação contribuir imensamente para doenças tais como doenças cardiovasculares, cancro, diabetes, bem como o envelhecimento. Ele também tem uma forte capacidade de redução e eliminação de radicais.
Tradicionalmente, esta planta pode ser usado para o tratamento de asma.

Estudos revelam que o Àrìdan pode ser usado no tratamento da esquistossomose. Esta é uma infecção que é também conhecida como febre do caracol causada por vermes parasitas do gênero Schistosoma. Esta infecção ocorre principalmente nas regiões tropicais e leste da Ásia e é principalmente transmitida aos seres humanos através de caracóis ou água fresca fecal-contaminada. Os sintomas comuns da esquistossomose incluem anemia, dor, febre e repartição dos órgãos infectados.

O fruto pode ser utilizado para o tratamento de desordens gastrointestinais tais como dor de estômago, diarreia e vômitos, devido aos seus componentes fitoquímicos.

Os investigadores revelaram que os extratos aquosos e mistura alcoólica do fruto, pode inibir o crescimento de Staphylococcus aureus. A presença de glicosídicos e taninos em extratos etanoicos e água provaram serem eficazes para inibir o crescimento de bactérias.


ATENÇÃO: Este post é apenas para fins de esclarecimento e não deve ser usado como um substituto para o diagnóstico profissional e tratamentos. Lembre-se de sempre consultar seu médico antes de tomar decisões relacionadas com a saúde ou para o aconselhamento, orientação e tratamento sobre uma condição médica específica.

Baba Guido Olo Ajaguna.