terça-feira, 11 de outubro de 2016

BABA KÉKERÉ - UM RELATO DE DEVOÇÃO E DECEPÇÃO.



Antes de prosseguir, gostaria de justificar que o intuito dessa postagem tem a finalidade de apenas se tornar de conhecimento público, aquilo que julgo ser a minha verdade.

Recebi o Cargo Religioso de Baba Kékeré (outorgado pelo Santo da Casa) no Terreiro de Candomblé denominado de Àṣẹ Bí Arọ̀, presidido pelo Babalòrìṣà Radamés Mendes Queiroz de Òṣogìyán.



Entretanto, depois de quase 30 anos exercendo a minha função da qual foi designado e também acumulando funções de outros cargos, decide cortar definitivamente os laços com a referida Casa de Candomblé e deixar o meu posto em aberto e disponível para ser ocupado por outra pessoa igual ou melhor que a minha qualificação religiosa.

Existem vários motivos de meu desligamento do Àṣẹ, dos quais seria uma tremenda falta de ética religiosa, enquanto os que seguem abaixo apresentados não traria qualquer constrangimento.

Sempre que possível, ou melhor, na maioria das vezes, estava presente nas funções do Àṣẹ, sem me importar com compromissos familiares e muito menos com o meu companheiro, pois sempre acreditei no provérbio “Por causa do Santo se beija o altar” hoje não acredito mais, pois a vida me mostrou diferente.

No principio, a falta de reconhecimento das funções que ali executava e pelo fato do Senhor Radamés ser o Sumo Sacerdote do Templo, obviamente recebia todos os créditos, onde deixava muito bem claro a todos os visitantes que ali eu era o Kékeré “o pequeno” no sentido pejorativo da palavra. Talvez o dito popular “Vestir a boneca para o outro dançar” encaixe perfeitamente como um quadro figurativo.

Os cânticos puramente Ìnàgò que “levei” e “não ensinei” para o Àṣẹ em nome do Santo da Casa, quem levava os créditos eram Ìyá Cidália de Ìrokò, uma das Ẹ̀gbọ́n mais antigas do Terreiro do Gantois, pois ele dizia a todos que tudo o que ali se cantavam e realizam foram palavras ensinadas por essa Sabia Senhora que hoje descansa em paz aos Pés de Olódùmarè.

As Divindades, Entidades e Deidades que “levei” para o Terreiro do Àṣẹ Bí Arọ̀, vieram da Casa de Candomblé do Pai Muxiala e os méritos foram todos para o Babalòrìṣà Indare, atual dirigente do Terreiro do ba Tayọ́, pois hoje ele afirma que a maioria das entidades que ali estão presentes foram “acomodadas” por esse Grande Senhor (que assim o considero), sendo que nem todas ali presentes foram consagradas e sacramentadas por Baba Indare. Alem de poucas terem vindo da casa do Babalòrìṣà Beto Akijunsun, meu finado irmão de santo e pai de santo do Senhor Radamés.

Poderia relatar todas as Divindades que ali se fazem presentes, sua representação, origem e localização, pois sendo a segunda pessoa da casa tenho esse devido conhecimento, mas considero essa uma atitude imprudente.

Se não bastasse tudo isso, o ilustre Pai de Santo, tenta de toda a forma difamar e denegrir a minha imagem, não importando se a pessoa me conhece ou deixa de me conhecer; todos os meus amigos sem exceção que vão visitá-lo sempre tem uma “história escabrosa” com o meu nome; e assuntos graves que se os mesmos se propuserem a servir de testemunha se tornaria Caso de Justiça e seria causa ganha garantida por calunia e difamação; mas infelizmente não é bem assim que as coisas funcionam.

Seu companheiro José Luis Caldas Oni Sàngó, iniciado e consagrado pelo meu Àṣẹ, antes eu era o melhor Pai de Santo do mundo, hoje não esta mais comigo e não sirvo para absolutamente nada. Ele diz ter sido uma opção dele. Será?

Foram quase três décadas de acontecimentos bons e ruins dentro do Àṣẹ Bí Arọ̀, assim como acontece com muitos outros, não sou e nem serei o ultimo a passar por esse tipo de constrangimento. Mas a questão está na traição, ingratidão e falsidade, são essas que mais ferem o coração e a alma do ser humano, machucam muito mais que palavras.

Se não deu certo não deu, paciência, “temos que aceitar as perdas, assim como aceitamos os ganhos” e que cada qual siga o seu caminho, ele triunfando no Terreiro do Bí Arọ̀ e eu no Terreiro da Casa Grande, mas infelizmente nem todas as pessoas dentro de minha religião são portadoras de boa índole e bom caráter.

Hoje sou considerado pra ele o seu pior inimigo, um inimigo mortal, sendo que eu não o considero dessa forma, mesmo com tantos motivos aparentes, mas de que adiantaria esse mau pensamento? Eu apenas desejo que o mesmo pare de me difamar e caluniar, só isso, nada mais que isso. Não peço reconhecimento algum por parte do Terreiro do Bí Arọ̀, pois seria tarde de mais para isso; o tempo já se passou e não volta mais.

Aqui termino com a frase de um dos filósofos mais sábios desse mundo: “Antes de sair em busca de vingança, cave duas covas” Confúcio – Filósofo Chinês.


Baba Guido Olo Ajaguna

2 comentários:

  1. MOJUBA IRMÃO.
    INFELIZMENTE IRMÃO, O SR HUMANO É ASSIM, E O PIOR QUE DE ONDE NÃO SE ESPERA QUE VEM, POIS COMO DIZ MEU EXU (TIRIRI) A PIOR TRAIÇÃO É AQUELA QUE VEM DO AMIGO, POIS DO INIMIGO ESPERAMOS TUDO, E DO AMIGO NADA.
    INFELIZMENTE QUANDO A NOSSA RELIGIÃO DEVERIA MOSTRAR A TAL UNIÃO, SÓ VEMOS O CONTRARIO, SENDO ASSIM CADA DIA PERDEMOS MAIS PONTO PARA OUTRAS RELIGIÕES, INFELIZMENTE AQUI DENTRO É UM QUERENDO SER OU SABER MAIS QUE O OUTRO. HUMILDADE, UNIÃO E IRMANDADE É COISA DO PASSADO E COM ISSO ACABA-SE O RESPEITO, RESPEITO QUE COBRAMOS MUITO DOS QUE ESTÃO LÁ FORA. QUANDO NA VERDADE DEVERIA COMEÇAR ENTRE TODOS NÓS QUE DIZEMOS SOMOS DE ASÉ. É MUITO BONITO NA TEORIA TÃO FALADA, DISCUTIDA OU COMENTADA NAS PAGINAS SOCIAIS, MAIS NÃO É O QUE ACONTECE NA PRATICA... DEMAGOGIA!

    BABALOORISA CARLOS TY OGUM

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  2. Realmente e meu triste a realidade
    Acabou a essência que se chamava união
    Eu tbm passei por decepção irmão einja alma grita dente de mim é uma ferida difícil de cicatrizar
    Mas fazer o que se cada cabeça é um mundo

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