Não pretendo fazer aqui, a apologia da indisciplina religiosa, nem tão
pouco, incentivar o desrespeito às Leis das Religiões. A contramão a que me
refiro tem a ver com os sentimentos, os valores, os princípios e as atitudes,
que circulam no coração de um religioso.
São as Jornadas Religiosas durante nossa estadia nesse mundo que nos
interessa nessa postagem, com seus "engarrafamentos" que impedem o
fluxo de nossos sonhos e, muitas vezes, nos obrigam a desviar caminhos que
terminam em becos sem saída e muito deles sem volta.
Se percebermos a vida religiosa como uma viagem, é preciso coragem e
ousadia para alterar algumas rotas pré-estabelecidas, e para tanto, é
necessário aprender a andar na contramão, pelo menos, em algumas ocasiões.
Estamos vivendo a Era da Desilusão, onde a grande maioria da humanidade está “desencantada” com a vida, sobre tudo a vida religiosa; o pessimismo e o negativismo vão dominando os pensamentos, destruindo em muitos a coragem para lutar, andar na contramão é ser otimista.
Hoje, mais que nunca, é preciso cultivar o otimismo; não aceitar o caos
como algo já determinado e lutar para alterar as rotas do desânimo e da apatia.
As verdadeiras mudanças começam dentro de nós mesmos, e são elas que redesenham
os caminhos da nossa existência.
Outra atitude que vai ao sentido contrário à maioria é a perseverança,
isto é, a determinação de continuar lutando. Nós somos a geração das
facilidades e das respostas imediatas. O imediatismo influência de tal forma a
nossa existência, que o bom, não é mais aquilo pelo qual lutamos, mas o que
recebemos pronto e rápido.
Por isso mesmo, por falta de perseverança, muitos dos nossos sonhos vão
ficando para trás e as conquistas atuais como: casamento, família, trabalho,
etc., correm o risco de serem também destruídos. Sonhar, lutar, persistir,
cair, mas jamais ficar prostrado, são virtudes presentes nas biografias de
homens e mulheres que viveram, venceram e fizeram a diferença.
Outra forma de se andar na contramão, é a coragem para ser verdadeiro.
Nossa cultura é edificada a partir de muitas contradições, e o “faz de contas”
passou a ser algo indispensável no cardápio da sociedade.
Chegamos ao ponto tal, que as pessoas acham que e vergonhoso ser
honesto, verdadeiro e transparente. É preciso romper com o tráfego das
mentiras, que a “cultura” vem legitimando como o sentido único para a vitória. É preciso bloquear as
saídas por meio do suborno, do engano e da ilusão. Seja uma pessoa verdadeira!
Tenha orgulho de si mesmo. Não há virtude alguma em viver enganando-se a si
mesmo e tentando enganar aos outros.
Finalmente, andar na contramão, é decidir ser diferente, quando
necessário, ainda que, isto implique
caminhar no sentido oposto à “mão única” escolhida pela maioria, como por
exemplo:
- Quando todos desistirem continue
lutando;
- Quando todos descrerem exercite a sua fé;
- Quando todos murmurarem louve a Deus;
- Quando todos odiarem aprenda a amar;
- Quando todos mentirem fale só a
verdade.
Enfim, nesta viagem religiosa, os Caminhos de Deus, que sempre conduzem
a vitória, à felicidade e à paz, muitas vezes, não seguem roteiros, são
percorridos na contramão da história, especialmente quando essa história é
marcada pelas rotas da tristeza, da derrota e da destruição.
Por isso, andar na contramão, seria poder também, andar com Deus e com o
Sagrado?
Baba Guido Olo Ajguna.
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