domingo, 6 de novembro de 2016

ANDANDO NA CONTRAMÃO DA RELIGIÃO.



Não pretendo fazer aqui, a apologia da indisciplina religiosa, nem tão pouco, incentivar o desrespeito às Leis das Religiões. A contramão a que me refiro tem a ver com os sentimentos, os valores, os princípios e as atitudes, que circulam no coração de um religioso.

São as Jornadas Religiosas durante nossa estadia nesse mundo que nos interessa nessa postagem, com seus "engarrafamentos" que impedem o fluxo de nossos sonhos e, muitas vezes, nos obrigam a desviar caminhos que terminam em becos sem saída e muito deles sem volta.

Se percebermos a vida religiosa como uma viagem, é preciso coragem e ousadia para alterar algumas rotas pré-estabelecidas, e para tanto, é necessário aprender a andar na contramão, pelo menos, em algumas ocasiões.

Estamos vivendo a Era da Desilusão, onde a grande maioria da humanidade está “desencantada” com a vida, sobre tudo a vida religiosa; o pessimismo e o negativismo vão dominando os pensamentos, destruindo em muitos a coragem para lutar, andar na contramão é ser otimista.

Hoje, mais que nunca, é preciso cultivar o otimismo; não aceitar o caos como algo já determinado e lutar para alterar as rotas do desânimo e da apatia. As verdadeiras mudanças começam dentro de nós mesmos, e são elas que redesenham os caminhos da nossa existência. 
Outra atitude que vai ao sentido contrário à maioria é a perseverança, isto é, a determinação de continuar lutando. Nós somos a geração das facilidades e das respostas imediatas. O imediatismo influência de tal forma a nossa existência, que o bom, não é mais aquilo pelo qual lutamos, mas o que recebemos pronto e rápido.

Por isso mesmo, por falta de perseverança, muitos dos nossos sonhos vão ficando para trás e as conquistas atuais como: casamento, família, trabalho, etc., correm o risco de serem também destruídos. Sonhar, lutar, persistir, cair, mas jamais ficar prostrado, são virtudes presentes nas biografias de homens e mulheres que viveram, venceram e fizeram a diferença. 

Outra forma de se andar na contramão, é a coragem para ser verdadeiro. Nossa cultura é edificada a partir de muitas contradições, e o “faz de contas” passou a ser algo indispensável no cardápio da sociedade.

Chegamos ao ponto tal, que as pessoas acham que e vergonhoso ser honesto, verdadeiro e transparente. É preciso romper com o tráfego das mentiras, que a “cultura” vem legitimando como o sentido único para a vitória. É preciso bloquear as saídas por meio do suborno, do engano e da ilusão. Seja uma pessoa verdadeira! Tenha orgulho de si mesmo. Não há virtude alguma em viver enganando-se a si mesmo e tentando enganar aos outros. 

Finalmente, andar na contramão, é decidir ser diferente, quando necessário, ainda que, isto implique caminhar no sentido oposto à “mão única” escolhida pela maioria, como por exemplo:

-     Quando todos desistirem continue lutando;
-     Quando todos descrerem exercite a sua fé;
-     Quando todos murmurarem louve a Deus;
-     Quando todos odiarem aprenda a amar;
-     Quando todos mentirem fale só a verdade. 

Enfim, nesta viagem religiosa, os Caminhos de Deus, que sempre conduzem a vitória, à felicidade e à paz, muitas vezes, não seguem roteiros, são percorridos na contramão da história, especialmente quando essa história é marcada pelas rotas da tristeza, da derrota e da destruição.

Por isso, andar na contramão, seria poder também, andar com Deus e com o Sagrado?

Baba Guido Olo Ajguna.


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