O
Livre arbítrio é
o poder que cada indivíduo tem de escolher
suas ações,
que caminho quer seguir. possibilidade de decidir, escolher em função
da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou
causa determinante. A expressão é utilizada quase que
universalmente por diversas religiões. Entretanto, o real
significado de livre arbítrio não tem apenas sentido religioso, e
sim psicológicos, morais e científicos. A definição e conceito de
livre arbítrio para muitas pessoas, significa “ter liberdade”, e
muitas vezes, esse termo se confunde com desrespeito e falta de
educação para com o seu próximo. Em minha opinião, “cada um
realmente tem o direito de fazer o que bem entender com a sua vida e
decidir qual caminho a seguir, mas desde que não prejudique
absolutamente ninguém”.
Embora
o Livre arbítrio seja um direito do Ser Humano, seria como se fosse
uma “disputa acirrada” entre o Ìfẹ
Àtiniwá – a escolha de seu caminho na Terra em contrapartida com
Kàdárà – a escolha de seu destino no Céu. Para
cada escolha que fazemos na vida sempre existirá uma consequência,
seja ela boa ou ruim. É como a lei da ação e reação. Para cada
escolha (ação) uma consequência (reação). É a Lei da Vida.
Para
um melhor entendimento, vejamos a seguinte explicação, do Homem e a
escolha do destino:
Dentro
da filosofia de nossa religião, todas as ações do Homem nesse
mundo, são predestinadas por Olódùmarè,
determinadas de três formas ritualísticas e presenciadas por
Ọrúnmìlà
– A Testemunha do Destino.
- Primeiro, ajoelha-se perante Olódùmarè e escolhe o seu destino. Esse ato é denominado de Àkùnlẹ yàn – Aquele que se ajoelha e escolhe. Após esse, o indivíduo se levanta e curva-se perante o Deus Supremo.
- Segundo, ajoelha-se novamente e recebe o seu destino, que é denominado de Àkùnlẹ gbà – Aquele que se ajoelha e recebe. Novamente, se levanta e curva-se.
- O Terceiro e ultimo ato, ajoelha-se e o destino lhe é fixado, ou seja, determinado. Essa forma é denominada de À yàn mọ – Aquele que escolhe e determina o destino de alguém. Então a pessoa se levanta e inicia a sua caminhada para o mundo terreno, com seu destino duplamente selado.
O
que quer que Olódùmarè
lhe tenha confiado por sua livre escolha e não induzido, é
inalterável e se forma parte integrante da pessoa para o resto de
sua jornada de vida na Terra.
Como
disse anteriormente, todo esse ritual é “assistido” por
Ọrúnmìlà,
que se torna testemunha do que se está sendo determinado. Por essa
razão as nuances deste destino podem ser acompanhadas, pelo Oráculo
Sagrado de Ọrúnmìlà-Ifá e com a possibilidade de reajustar
através do subterfúgios das oferendas e sacrifícios, aquilo que se
encontra em dissonância com o que foi determinado.
Para
a filosofia, o livre arbítrio tem origem no "determinismo",
que defende que todos os acontecimentos são causados por fatos
anteriores. Para a ciência da filosofia, o indivíduo faz exatamente
aquilo que tinha de fazer, seus atos são inerentes a sua vontade, e
ocorrem com a força de outras causas, internas ou externas.
Nosso
destino realmente depende de nossas escolhas? Temos o destino que
merecemos? O nosso destino está de acordo com nossos méritos? Viver
livremente sem culpas é a primeira coisa que o homem deve procurar
fazer se quiser realmente ser dono do seu destino? Ainda há muito o
que pensar e rever conceitos, que a séculos intriga a religiosos,
filósofos e pensadores.
Baba
Guido Olo Ajaguna
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