quinta-feira, 2 de julho de 2015

AS INDUMENTÁRIAS A CAMINHO DO DESAPARECIMENTO



De algum tempo pra cá, tenho observado que a cada ano que passa, podemos perfeitamente observar a ausência de indumentárias ritualísticas ou seja, o conjunto do vestuário utilizado em determinado Òrìsà.

As “indumentárias de cabeça” como o capacete, a coroa, o chapéu, o capuz e a diadema, foram substituídos por imensos turbantes e torço em formas de cone com imensos bicos, ou simplesmente uma “rodilha” amarrada ao redor da cabeça.

Assim também ocorre com as “indumentárias de mão” tais como, a espada, o facão, a adaga, o machado, o arco e flecha, as lanças, entre uma infinidade de ferramentas especificas (que aqui não cabe descrevê-las), são substituídas por folhas de dendezeiro desfiadas ou galhos de nativo. O que mais me espanta nessa suposta “substituição”, está no fato do uso indiscriminado do Irúkèrè – Simbolo de Sacerdotes e Reis Iorubás, sendo utilizado por qualquer Òrìsà.

As “indumentárias de corpo”, não estão livres de seu desaparecimento. Não vemos mais as capangas, as bolsas a tira colo e as famosas “pencas” com os emblemas característicos do Òrisà. Isso sem mencionar certas indumentárias que se encontram ocultas nas vestes do Òrìsà.

O vestuário do Òrìsà, há muito tempo que já perdeu o uso da estola e do avental, denominado entre o povo antigo de Bànté. Assim como se perdeu o uso correto da “camisa de crioula”, usada sem critério e de forma incorreta nos mais diversos Òrìsà.

O intuito desse “post” é questionar a indumentária dos Òrìsà “Anfitrião da Festa e seus Convidados”, que deveriam estar devidamente vestidos a caráter e não estão. O que mais me entristece nisso tudo, é ver um Òrìsà recusar-se em vestir seus trajes característicos, em prol do “moderno vestuário” do “homem moderno” que deseja erradicar “figurinos ultrapassados”.



Baba Guido Olo Ajaguna.

Um comentário:

  1. de fato, é de entristecer ver o rumo que está tomando a cultura do candomblé.

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