De algum tempo pra cá, tenho
observado que a cada ano que passa, podemos perfeitamente observar a
ausência de indumentárias ritualísticas ou seja, o conjunto do
vestuário utilizado em determinado Òrìsà.
As “indumentárias de cabeça”
como o capacete, a coroa, o chapéu, o capuz e a diadema, foram
substituídos por imensos turbantes e torço em formas de cone com
imensos bicos, ou simplesmente uma “rodilha” amarrada ao redor da
cabeça.
Assim também ocorre com as
“indumentárias de mão” tais como, a espada, o facão, a adaga,
o machado, o arco e flecha, as lanças, entre uma infinidade de
ferramentas especificas (que aqui não cabe descrevê-las), são
substituídas por folhas de dendezeiro desfiadas ou galhos de
nativo. O que mais me espanta nessa suposta “substituição”,
está no fato do uso indiscriminado do Irúkèrè – Simbolo de
Sacerdotes e Reis Iorubás, sendo utilizado por qualquer Òrìsà.
As “indumentárias de corpo”,
não estão livres de seu desaparecimento. Não vemos mais as
capangas, as bolsas a tira colo e as famosas “pencas” com os
emblemas característicos do Òrisà. Isso sem mencionar certas
indumentárias que se encontram ocultas nas vestes do Òrìsà.
O vestuário do Òrìsà, há
muito tempo que já perdeu o uso da estola e do avental, denominado
entre o povo antigo de Bànté. Assim como se perdeu o uso correto da
“camisa de crioula”, usada sem critério e de forma incorreta nos
mais diversos Òrìsà.
O intuito desse “post” é
questionar a indumentária dos Òrìsà “Anfitrião da Festa e seus
Convidados”, que deveriam estar devidamente vestidos a caráter e
não estão. O que mais me entristece nisso tudo, é ver um Òrìsà
recusar-se em vestir seus trajes característicos, em prol do
“moderno vestuário” do “homem moderno” que deseja erradicar
“figurinos ultrapassados”.
Baba Guido Olo Ajaguna.
de fato, é de entristecer ver o rumo que está tomando a cultura do candomblé.
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