sexta-feira, 18 de setembro de 2015

CANDOMBLÉ DE PORTA FECHADA

Porque meu Terreiro de Candomblé é de Porta Fechada?

Simplesmente, por que a maior parte dos adeptos de nossa religião não tem educação alguma; Simples assim!

Quando me refiro ao vocábulo “educação”, não é somente “educação de santo” o tal do “humbe” e sim “educação de berço” mesmo. Candomblé em minha Casa de Santo, são para os meus filhos, seguidores e amigos, que compartilhem da mesma filosofia que a minha.
Em minha humilde concepção, “porta aberta” é sinônimo de: desrespeito a sua bandeira; desfile de roupas, tecidos, apetrechos e calçados; curiosos maliciosos que querem apenas saber sobre os ritos e costumes da casa; desinteressados em se beneficiar com o Àṣẹ Òrìṣà que ali se faz presente, há não ser com um único intuito, o de criticar suas vestes e danças; entre tanto outros. Por isso decide adotar o seguinte critério: Não quero todo mundo tocando os meus sagrados tambores, não quero todo mundo cantando, não quero todo mundo dançando e muito menos todo mundo se manifestando. Mas saibam que aqueles que o fizerem, realmente são amigos do Àṣẹ Ẹ̀gbẹ́.
Não tenho absolutamente nada do que esconder do povo de santo, nem devo satisfação a seu ninguém, apenas não tenho a intenção alguma de me auto promover, ficar fazendo propaganda de minha pessoa religiosa e muito menos de minha casa de santo; realizar exibicionismos com o intuito de mostrar as pessoas, aquilo que eu sei, faço ou deixo de fazer. Quem realmente me conhece, sabe perfeitamente que meu Registro de Consulta, somente é realizado quando o consulente é indicado por alguém, assim como a iniciação e determinadas obrigações do culto. Uma das regras fundamentais do Terreiro da Casa Grande é que o “visitante” esteja na companhia de um dos membros do Ẹ̀gbẹ́.
Essa minha atitude, não tem como base fundamentada sas Grandes Filosofias como a Ordem dos Templários, Gnose, Rosa Cruz e até mesmo de uma Sagrada Mesquita, pois já compartilhava o pensamento de um “candomblé de culto reservado” muito tempo antes de ter o devido conhecimento das regras e normas dos referidos Templos acima mencionados.
Há quem diga que a “porta deva ser fechada” aos ritos internos da casa, pois o salão é apenas “uma festa profana”, “teatro para inglês ver”, “folclore” ou mesmo “brincadeira para se alegrar”. Então que as portas de minha casa se mantenham fechadas e meu candomblé no reservado, não compartilho do mesmo pensamento que “eles”, pois em meu entendimento, nesse espaço também se realiza o sagrado.


Baba Guido Olo Ajagùnà.

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