Porque
meu Terreiro de Candomblé é de Porta Fechada?
Simplesmente,
por que a maior parte dos adeptos de nossa religião não tem
educação alguma; Simples assim!
Quando
me refiro ao vocábulo “educação”, não é somente “educação
de santo” o tal do “humbe” e sim “educação de berço”
mesmo. Candomblé em minha Casa de Santo, são para os meus filhos,
seguidores e amigos, que compartilhem da mesma filosofia que a minha.
Em
minha humilde concepção, “porta aberta” é sinônimo de:
desrespeito a sua bandeira; desfile de roupas, tecidos, apetrechos e
calçados; curiosos maliciosos que querem apenas saber sobre os ritos
e costumes da casa; desinteressados em se beneficiar com o Àṣẹ
Òrìṣà que ali se faz presente, há não ser com um único
intuito, o de criticar suas vestes e danças; entre tanto outros. Por
isso decide adotar o seguinte critério: Não quero todo mundo
tocando os meus sagrados tambores, não quero todo mundo cantando,
não quero todo mundo dançando e muito menos todo mundo se
manifestando. Mas saibam que aqueles que o fizerem, realmente são
amigos do Àṣẹ Ẹ̀gbẹ́.
Não
tenho absolutamente nada do que esconder do povo de santo, nem devo
satisfação a seu ninguém, apenas não tenho a intenção alguma de
me auto promover, ficar fazendo propaganda de minha pessoa religiosa
e muito menos de minha casa de santo; realizar exibicionismos com o
intuito de mostrar as pessoas, aquilo que eu sei, faço ou deixo de
fazer. Quem realmente me conhece, sabe perfeitamente que meu Registro
de Consulta, somente é realizado quando o consulente é indicado por
alguém, assim como a iniciação e determinadas obrigações do
culto. Uma das regras fundamentais do Terreiro da Casa Grande é que
o “visitante” esteja na companhia de um dos membros do Ẹ̀gbẹ́.
Essa
minha atitude, não tem como base fundamentada sas Grandes Filosofias
como a Ordem dos Templários, Gnose, Rosa Cruz e até mesmo de uma
Sagrada Mesquita, pois já compartilhava o pensamento de um
“candomblé de culto reservado” muito tempo antes de ter o devido
conhecimento das regras e normas dos referidos Templos acima
mencionados.
Há
quem diga que a “porta deva ser fechada” aos ritos internos da
casa, pois o salão é apenas “uma festa profana”, “teatro para
inglês ver”, “folclore” ou mesmo “brincadeira para se
alegrar”. Então que as portas de minha casa se mantenham fechadas
e meu candomblé no reservado, não compartilho do mesmo pensamento
que “eles”, pois em meu entendimento, nesse espaço também se
realiza o sagrado.
Baba
Guido Olo Ajagùnà.
Muito bem! Compartilho da mesma ideia!
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