Considero
Orí como um Ser Divino, o Ser Consciente, o Ser Protetor Individual
de cada um dos habitantes desse mundo. Cada qual que tenha sua cabeça
física individual Orí Òde, terá a sua cabeça espiritual também
individual Orí Inú. Assim sendo, considero que cada Orí deva
receber um tipo de oferenda e sacrifício que lhe seja propicio e
favorável para aquele momento. De certo que poderemos encontrar mais
de um Orí que desejam ser ofertados com as mesmas comidas, os mesmos
animais e até mesmo as bebidas. O que não se deve ocorrer no Culto
à Orí, é um “cardápio específico”, do tipo que vemos
descritos em apostilas e cadernos, que mais se assemelham a “receitas
gastronômicas”.
Durante
a minha jornada religiosa, já realizei os mais diversos tipos de
Bọrí,
alguns semelhantes outros diferentes, mas dificilmente idênticos
entre si. Durante o Registro de Consulta e a Prescrição Oracular
determinar que seja realizado uma oferenda ao Orí do consulente,
deverá ser verificado através do próprio oráculo, a variedade de
elementos propiciatórios para aquele subterfúgio.
Existem
determinados Orí, que apenas “desejam” um simples oferecimento
de obì e água fresca; outros, apenas o acompanhamento de comidas
secas dos mais variados tipos; enquanto alguns, uma complementação
mais elaborada que exige o sacrifícios de animais das mais variadas
espécies. Não podemos esquecer que apenas uma “gota de sangue”
derramado na cabeça de um determinado indivíduo, pode trazer
consequências devastadoras e até mesmo irremediáveis, se o Orí
desse indivíduo não estiver preparado para receber esse tipo de
oferenda.
Tive
a oportunidade de presenciar Ritos de Bọrí
onde estavam presentes entre duas e mais de dez pessoas; todas as
“mesas” eram idênticas, inclusive frutas, doces e flores, não
se observava absolutamente nada de diferente entre uma e outra
oferenda. Seria um fenômeno extraordinário da reunião do “Banquete
dos Orí Gêmeos”? Obviamente que não, pois mesmo um casal de
gêmeos legítimos embora seu Orí Òde assemelhem na fisionomia,
cada Orí Inú terá a sua individualidade, particularidade e
características próprias.
Baba
Guido Olo Ajagùnà
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