quinta-feira, 28 de maio de 2015

OS LIMIARES DA DEPRESSÃO



OS LIMIARES DA DEPRESSÃO 



Transitamos por um momento muito grave
 na historiografia das nossas existências psicológicas,
 vivemos a Hora da Depressão. 


Sem qualquer duvida a depressão na atualidade é de caráter pandêmico. A Organização Mundial de Saúde (OMS), revela que a depressão atinge 121 milhões de pessoas ao redor do mundo e está entre as principais causas de incapacidade total ou parcial de um indivíduo. Considerada a segunda maior causa de deficiência na historiografia de nossas vidas, a OMS prevê que até o ano de 2020 a depressão passe a ser a segunda maior causa de incapacidade e perda de qualidade de vida, depois apenas das doenças cardiovasculares, e a expectativa é que nos próximos 10 anos se torne a primeira, alcançando a margens dos 400 milhões e isso é um número assustador.  

Depressão é geralmente diagnosticada quando o paciente exibe um ou ambos dos dois sintomas principais: Humor depressivo e falta de interesse nas atividades do dia a dia, junto com quatro ou mais sintomas como sentimentos de inutilidade ou culpa inapropriada, diminuição da habilidade de se concentrar ou tomar decisões, fadiga além do normal ou do razoável em face da própria rotina e agitação psicomotora (caracterizada quando a pessoa não consegue se aquietar), insônia ou excesso de sono. Podendo haver também queda ou aumento significativo de peso ou apetite, além de, nos casos mais extremos, pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. A doença está associada à morte por suicídio de cerca de 850.000 pessoas por ano, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O problema é que, além das causas tipicamente biológicas, pensamentos distorcidos contribuem para o desencadeamento da depressão derivada em grande parte dessas distorções cognitivas. O individuo depressivo não se avalia rigorosamente, não tem auto-estima, tende a pensar simplesmente que não é tão bom ou melhor que os outros, e constantemente deprecia seu valor e sua capacidade de interagir nesse mundo. Pessoas depressivas são reduzidas a "corpos quebrados e cérebros despedaçados" que necessitam ser restaurados. Ainda que o aspecto biológico da depressão seja mais complexo que um simples desequilíbrio químico, a enfermidade é associada, não obstante, como regulação insignificante dos mensageiros químicos do cérebro, como a serotonina. Se não tratada devidamente, pode levar a uma incapacidade de gerenciar a própria vida e à perda da responsabilidade em relação aos outros.
De suma importância mencionar que, equivoca-se aquele que pense que a depressão seja a "doença da modernidade". Essa enfermidade é muito mais antiga do que muitos sequer possam imaginar. Há registros de casos de depressão que remontam à antiguidade.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a depressão tem natureza recorrente, como uma enxaqueca. Porém, 70% dos depressivos respondem bem ao tratamento. Os outros 30% têm resposta parcial ou não apresentam qualquer sinal de melhora. De acordo com a OMS, pouco mais de 25% das pessoas afetadas pela doença no mundo recebem o tratamento adequado. No Brasil, esse índice só não é maior devido à falta de preparo de uma parcela de profissionais de saúde em reconhecer os sintomas da doença e encaminhar os pacientes para o tratamento adequado.  A doença está associada à morte por suicídio de cerca de 850.000 pessoas por ano, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
 Não deve ser surpresa, então, que os depressivos estejam não somente nos hospitais e clínicas, mas nos "templos religiosos" das mais diversas religiões. A Depressão em seus mais diversos níveis psicopatológicos, é frequentemente um mal além de qualquer descrição, que atinge homens, mulheres e mesmo crianças, e quando tais profundos e dolorosos sentimentos não podem ser explanados, eles cortam o coração de um "Ser Espiritual". Se as religiões querem efetivamente ministrar pessoas nessas condições, elas devem contar com toda a complexidade do ser humano, e acima de tudo tratar com seriedade. Utilizando de uma linguagem psicológica para questões espirituais, devemos nos conscientizar, que existem linhas divisórias, não muito claras e as vezes totalmente obscuras, entre o que é fisiológico, o que é psicológico e o que é espiritual. Fato importante para os religiosos admitirem tal complexidade, e que influenciara em  nossa conduta, comportamento e nosso grau de responsabilidade, para com a pessoa depressiva. Na tentativa de simplificarmos os fatos, não ajudaremos absolutamente em nada essas pessoas.
Baba Guido Oni Ajaguna

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