domingo, 28 de junho de 2015

Breve resumo sobre o Pano de Cabeça das Baianas





Breve resumo sobre o Pano de Cabeça das Baianas


Ò (ó-já), termo averbado nos Dicionários Yorubá – Português, como: subs. faixa, cinta, tira ou turbante, e popularmente conhecido entre o povo de santo pelo nome de “torço” tem sua característica identidade. Durante o período da escravidão, era comum perceber perfeitamente as diferenças entre as diversas etnias africanas trazidas ao Brasil através dos detalhes do torço. Aqui cito apenas dois exemplos: Entre as mulheres da etnia iorubá (nagô) , o ò era amarrado com várias voltas ao redor da cabeça. Já as negras da etnia fon (jeje) usavam um lenço sobre os cabelos, dobrando o tecido em formato triangular, com a ponta para frente, com seu “bico” para baixo quando pertenciam à Vodun masculino e para cima quando feminino. Cobrir a cabeça era tão importante para o povo antigo que, de acordo com muitos relatos, era tradição, as mulheres saírem de suas casas com a cabeça coberta por seus panos de cabeça, assim como os homens com seus chapéis. O torço das baianas, mais do que sua identidade étnica, tinha o intuito de manter a cabeça protegida e de ordem religiosa, ou seja, através do òera identificado a Ìyálòrìsà (Suma Sacerdotisa) as ègbón (as mais velhas) e as ìyáwò (noviças). De suma importância mencionar que naquela época os homens que usavam “turbantes” pertenciam eram “muçulmanos” ou “vendedores ambulantes” dos quais carregavam em suas cabeças os seus cestos e tabuleiros. A origem do turbante é quase que totalmente desconhecida; sabemos apenas que era usado no oriente muito antes do surgimento do Islamismo.

Baba Guido Olo Ajaguna



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