SEGI
– Adorno Cerimonial
Mãe
África, continente gigantesco, enigmático, complexo, místico, onde
a riqueza de seus minerais, competem com a pobreza de sua população,
à vista do Mundo Moderno. Entretanto neste tópico deixaremos de
lado os problemas sociais, e abordaremos a riqueza e beleza
incontestável de uma das pedras mais misteriosas, denominada entre
os Iorubás
de segi.
Trata-se
de uma conta de coloração azul, não translucida, formato
cilíndrico, sua origem é quase que totalmente obscura. De forte
significado religioso, a simbologia de sua cor, está ligada ao mito
das Divindades Supremas
e seus domínios. Amplamente utilizada em diversos rituais, assim
como em diversos adornos das Culturas Africanas. Por se tratar de
uma pedra enigmática, a mesma faz parte integrantes de diversas
receitas da Medicina
Tradicional Iorubá.
Na
atualidade o termo segi
designa as contas cilíndrica independente do material ou cor na qual
foram confeccionadas. Entretanto dentro da cultura Iorubá somente o
consideram como legitimas as de coloração azul com suas variações
de tonalidades e suas formas cilíndricas e irregulares.
Hungeve:
Confeccionado em contas de cor marrom, intercaladas com contas de
corais e finalizado com segi.
Importante ressaltar que na antiguidade somente os Reis
Daomeanos tinham o
direito de usar as misteriosas contas de segi,
pois acreditava-se serem excrementos do Vodum
Dan Aydo Wédo.
Contas
de vidro Blema Koli em Iorubá designada pelo termo segi,
são conhecidas por diversos outros nomes tais como: Koli,
Cori, Kor, Segi, Accori, Ekeur, Aggrey
Coral é a palavra usada para conta em várias línguas incluindo a holandesa, de quem muitos desses escritores receberam as informações. Esses viajantes eram bem mais treinados para reconhecer vidro de pedras preciosas do que a maioria das pessoas atualmente.
O nome dessa conta foi mudando com o tempo.
No Século XVI passou a ser conhecida como Cori, e em meados do Século XVII passou a chamar-se Accori, isso porque os Ashantis, nome de um grupo étnico que habita o sul do Gana, falantes da língua Twi El Mina, costumam colocar uma vogal no começo das palavras de idioma Fanti. No inicio do Século XVIII, os viajantes Barbot e Bosman relataram que os nativos chamavam essa conta de Accori e que os europeus chamava de Aggrey, esta ultima acabando por ser adotada oficialmente. Enquanto as contas estavam sendo importadas, a fonte sempre foi o leste de Ghana. A importação cessou no começo do Século XIX quando a fonte produtora mudou-se para a República de Gana.
A atribuição de uma origem fenícia foi baseada na impressão errônea de que os Aggrey eram Chevrons (contas cuja origem era considerada fenícia naquele momento).
Foi o visitante Bowdich quem criou essa confusão, em seus belos relatos de viajantes, que descreviam as contas Aggrey como o nome genérico para todas as contas Ashantis de Ghana.
Através dos relatos de Bowdich, quase todos concordavam que essa conta era azul. Brun examinando com mais cuidado verificou que era uma conta dicroica, ou seja, azul quando recebia luz (luz sobre a conta) e verde quando emanava luz (luz por trás da conta).
Os portugueses pediram ao famoso artesão Antônio Neri, imitar essas contas verde/azuis. Essas imitações são bem conhecidas, e são comummente chamadas de Koli, apesar dos Ashantis chamarem-nas de Kor ou Ekeur, todos os nomes correlatos Cori-Accori-Aggrey.
Essas contas são feitas por negociantes de Ghana , mas com características diferentes. Queimam as contas translucidas e mergulham contas europeias para torná-las opacas e mudar de textura, o que parecem estrias de alongamento, são apenas bolhas que se formam na superfície por causa do calor.
O mesmo processo era feito na Nigéria para confeccionar as contas Segi. Ha evidencias de que os nigerianos queimavam as contas Aggrey para alterar a textura delas e o formato para redondo.
As contas Aggrey com ou sem modificações gravitaram em direção a Ife, o que indica a grande afluência delas para a região do Delta do Niger durante as transações com os europeus.
Será possível encontrar legitimas contas Aggrey?
Possivelmente. Um local para ser buscar a resposta é dentro das propriedades dos Reis Ashantis. Eles possuem uma conta tubular cujo nome nada tem a ver com Aggrey. É conhecida por Gyanie pronunciando-se Djení, certamente devido a cidade de Djenne.
Ha
muito o que se saber sobre essa misteriosa conta.
Baba
Guido Olo Ajaguna
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