sexta-feira, 19 de junho de 2015

TAMBORES E TOCADORES


TAMBORES E TOCADORES

 








PARTE I – O TAMBOR


Dia de Festa Grande no Terreiro de Maria, a festa de todos os santos; e lá estavam no salão os três tambores, vestidos com seus belíssimos Ò(laços); não se importam se o tecido é de algodão, chita, renda ou de um rico tecido, o que importa mesmo é estar bonito e vistoso. Estão à espera de seus exímios tocadores para a festa começar. Três irmãos que são apenas um, um que não pode viver sem o outro. São tambores ligeiramente cônicos, com uma das bocas cobertas de couro animal, presos por aros de ferros. São popularmente conhecidos por atabaques; nome este de origem árabe: at-tabaq que significa - prato.

O tambor grande chama-se Hum e possuí o registro fônico grave; o médio recebe o nome de Hum-pi e seu registro fônico é médio e o pequeno denomina-se de e seu registro fônico é agudo. Dependendo do ritmo são tocados com as mãos, com duas baquetas (aqui denominadas de aquidavi – originárias de vários arbustos), ou por vezes com uma mão e uma baqueta, mas esta última técnica de exclusividade do Hum. O Hum, o maior entre os irmãos é logicamente é o Tambor Mestre, aqui nesta família o tamanho faz a diferença. São descendentes da etnia Ewe-Fon (Hum – Hum-pi - Le) conhecida no Brasil como a nação Jeje e se orgulham de estarem presentes em todos os terreiros, independente da nação. Ao chegarem pela primeira vez ao Terreiro, devem ser consagrados e sacramentados e encourados com pele de animais somente sacrificados a Divindades, preferencialmente de bode ou de boi. Nos Terreiros tradicionais, o Hum está consagrado ao Òrìsà Ògún, O Hum-pi ao Òrìsà patrono da nação e o Le ao Òrìsà patrono da casa. Nestas podemos facilmente notar que não utiliza estrados e sim uma bancada feita em alvenaria, que ali dentro guardam as representações e o àse dos Òrìsà dos tambores.

Ficam as maiores partes do tempo em pé, deita-se apenas no momento de sua consagração, como mencionei, ou quando de alguma forma requerem oferendas e sacrifícios ou mesmo quando estão de luto. Fazem deste Terreiro sua eterna morada e não gostam de atravessar a porta da rua, preferem a segurança e o aconchego do barracão. Para se ter uma noção existem Terreiros que possuem atabaques confeccionados em tronco de árvores que foram extintas há décadas e quando de sua necessidade em restaurá-lo eles negam-se irem ao restaurador ao contrário o restaurador é que vem até eles

Se analisarmos profundamente, veremos que nos tambores Hum, Hum-pi e Le estão presentes os três reinos da natureza: o reino vegetal, na madeira em que foi confeccionado seu corpo; o reino animal, na pele que cobre uma de suas extremidades e o reino mineral nos aros de ferro que sustentam o couro.

Eles falam uma língua que nem todos entendem ou compreendem, mas uma coisa é certa, chamam a atenção, seja do profano ou do religioso.  São seres sagrados, dotados de força vital e que somente os “músicos habilitados” podem tocá-los. O som por eles emitidos e as palavras contidas nos cânticos, carregam àse e se transmitem numa relação interpessoal e dinâmica, num processo de comunicação direta, pleno de ritmo vital, onde o som e a palavra, compassada e rítmica, são básicos e fundamentais. São elementos mobilizadores, que conduzem a ação, que propiciam àse, ambos se convertem em um tipo de linguagem que tem o poder de mobilizar o mundo sobrenatural e todas as Divindades que nele habitam. O som é considerado “o filho sagrado do tambor e do tocador”. Existe outro instrumento de percussão que acompanha esta magnífica orquestra - o agogo, mas nos limitaremos neste ensaio, se assim poderíamos chamar aos sagrados tambores e seus tocadores.

Importante mencionar que estudos arqueólogos mostram que a origem dos tambores é milenar. Os tambores começaram a aparecer pelas escavações arqueológicas do período neolítico. Um tambor encontrado na escavação na Moravia foi datado de 6.000 anos a.C. Tambores têm sido encontrados na antiga Suméria com a idade de 3.000 a.C. Tambores com peles esticadas foram descobertos dentre os artefatos egípcios, a 4.000 a.C. Os primeiros tambores consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco. Estes troncos eram cobertos nas bordas com peles de alguns répteis, e eram percutidos com as mãos, começou-se a usar peles mais resistentes e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanho.

Os tambores sempre foram adorados como seres sagrados, tiveram seus dias de glórias, mas no Novo Mundo foram alvos de perseguições policiais, eram detidos, isto quando não destruídos e queimados; estes atos de racismo justificam um dos motivos da perda do uso dos tambores de origem Yorùbá, sobretudo o Bàtá o primogênito entre os tambores Nagôs. Em 1835 foi decretada a proibição da entrada de qualquer tipo de tambor de origem africana em nosso país e somente em 1976 eles saíram da glandestinidade.   

Esperamos a chegada dos tocadores...



PARTE II – O TOCADOR



É chegada a hora, então adentram o salão os tocadores, alinhados em seus ternos brancos, saúdam os tambores sagrados e tomam suas devidas posições. Aquele que se apossa do Rum chama-se Alagbe é o mais alto dignitário entre os tocadores, encarregados da orquestra do candomblé e personagem da maior importância na hierarquia da casa.  Seu primeiro imediato o Òtun Alagbe se apossa do Hum-pi e seu segundo auxiliar o Osi Alagbe do Le este é considerado o novato do grupo e só pode tocar o tambor menor, e o médio, sendo-lhe vedado tocar o tambor mestre, pois este que lidera a orquestra e só um tocador reconhecidamente competente poderá tocá-lo. Teoricamente só o Alagbe poderá tocar o Hum, mas o mais graduado de seus dois assistentes o Òtun Alagbe este sendo o mais preparado poderá substituí-lo por ocasião de seus impedimentos. Este chefe tem a obrigação de treinar o seu substituto eventual, deixando o preparado para tocar os ritmos mais complexos e difíceis.
O Alagbe considera-se uma figura dominante no barracão e sua autoconfiança, a certeza de que, muito do que ali esta se passando, depende de sua técnica, de seu saber em convidar os Òrìsà, com propriedade, sobretudo com energia e segurança. Suas funções não se limitam em apenas tocar e cantar, ele é responsável pelas cerimônias destinadas aos tambores, conservação e preservação destes sagrados instrumentos.

A etimologia da palavra Alagbe é totalmente obscura. Sabemos apenas que Alá é um substantivo e empregado como prefixo de um verbo, equivalente a Oní = aquele que tem. Não sabemos ao certo se a palavra gbe seja a forma contraída de duas ou mais palavras. Alguns estudiosos citaram que a palavra Alagbe interpreta-se como o “Pai da Comunidade, baseando-se na palavra egbé (sociedade, associação, corporação; fraternidade) o que esta fora do consenso lógico, pois esta palavra trata-se de um substantivo e sua fonética é totalmente distinta e como sabemos no idioma Yorùbá Pai é denominado de Baba. O mesmo interpretação errônea ocorre para a tradução ”Aquele que possui a cabaça” sustentando-se na palavra agbè (vaso de beber, cabaça perfurada no topo como um cântaro) outro substantivo e não verso; e quando esta se referindo ao Agbè em forma de instrumentos musical utilizado no culto a Divindade Òsún,  não é o Alagbe que o faz e sim um homem com posto na Casa-de-Òsún.

Durante todo do decorrer da cerimônia podemos notar crianças e jovens ao lado do estrado dos atabaques, acompanhando os ritmos do toques e das cantigas. Alguns destes meninos se tornarão futuros tocadores. A tradição reza que seu treinamento deva ser desde muito cedo a esta difícil arte de tocar os tambores. Geralmente filhos de tocadores ou de iniciadas no Terreiro, mostram-se interessados na aprendizagem das cantigas e da percussão. Muitos são incentivados e orientados para um dia ocuparem um lugar na hierarquia do grupo. Em tempos atuais “os rapazes de hoje” não se sujeitam à orientação, como os antigos tocadores se submeteram quando jovem, a fim de se tornarem tocadores à altura das tradições da sua casa de culto. Hoje em dia, corrigir ou se quer querer orientar um ritmo inadequado é motivo de desavença, intrigas e brigas. Procedente ou não, a queixa confirma a observação de que o tocador não se improvisa, só podendo distinguir os que treinarem adequadamente.

 Então esperamos a festa começar...


PARTE III – O SIRE


Em comum acordo entre eles, inicia-se o tocar dos atabaques. Começam a tocar um ritmo típico, mais conhecido popularmente por Arrebate que comporta três variações de ritmos. Este tipo de toque anuncia o inicio da festa e acompanha a entrada das iniciadas no salão.

O Alagbe inicia o sire, agora ele esta no domínio da percussão e do vocal. Ele é o solo e os demais membros da comunidade o coro, um coro afinado, sempre atento a “tirada” das cantigas. Ele irá entoar um numero específico de cânticos a todos os Òrìsà com o intuito de “abrir um portal” “fazer um caminho que ligará os dois mundos” entre os dois mundos orun - aiye. Estes cânticos não são considerados de fundamentos, são cantigas mais leves que não tem maiores compromissos com os mistérios das Divindades, mas de suma importância para um bom andamento da festa. O som dos tambores agora age como um fio condutor de movimento de “vai e vem” de um mundo ao outro, incentivando e limpando o caminho pelo qual as Divindades deverão chegar ao nosso mundo.

A ordem tradicional, não que esta seja considerada de regra, pois cada rama, família ou linhagem tem seus costumes e tradições; mas exponho a seguinte ordem:
·         Ògún
·         Ode
·         Obaluaye
·         Osanyin
·         Iroko
·         Osumare
·         Nana
·         Òsún
·         Oba
·         Yewa
·         Oya
·         Yemoja
·         Sàngó

Então ao término do sire, o Alagbe entoa uma cantiga específica, convidando todos os Òrìsà a manifestarem-se em suas noviças. Há um certo numero expressivo de “cânticos de fundamentos” que incitam o transe nos iniciados. Estes são classificados em duas categorias distintas: o coletivo e o individual. A cantiga tem que ser acompanhado pelo ritmo do atabaque, mas a determinados toques que não necessitam do vocal, somente da percussão, como o caso do Adahun.  Certo de que este pertença a Nação Jeje, mas não há divindades que não atendam ao chamado de um dos maiores “toques de fundamento”. Raros são os tocadores que dominam este ritmo, um toque extremamente rápido, mas compassado e se não o for, parecerá com “uma locomotiva passando pelo salão”.

Esta na hora de todos os Òrìsà manifestados entrarem em seus devidos quartos para vestirem-se com suas roupas características, seus adornos e instrumentos de mãos, neste momento o Alagbe inicia um toque denominado popularmente de Hamunha, mas também conhecido por alguns por Avania. Este ritmo também pertence a nação Jeje e utiliza-o tanto para as Divindades  entrarem quanto saírem do salão.

Poderia perguntar, “o porque dos porquês” esta influência da nação Jeje nos Terreiros de Ketu/Nago? Mas levaria tempo em elaborar um trabalho justificável para tal pergunta. Isto sem mencionar os ritmos Bravum, Sató, Modobi e Vivawe que o Povo-do-Ketu “emprestaram” do Povo-do-Jeje. Algumas cantigas em dialeto Nago são entoadas neste ritmo, onde se percebe facilmente uma mistura e isto ocorre até mesmo nas Casas Grandes. Mas este assunto sobre “miscigenação de nações” deixará para um outro momento.

Então se houve a típica frase “um instante para tomar uma água” “cinco minutos” “não vão embora a festa continua”...



PARTE IV – O RUM



Voltamos ao barracão, onde as Divindades estão prontas esperando a chamada para a entrada no salão, mas lá estão em uma sala reunidos os Alagbe, os Huntó (nação Jeje) e os Xicarangoma (nação angola/congo) enfim, todos os tocadores de atabaque, “jogando conversa fora”. Nesta sala realmente só ficam eles, não se misturam, não por questões de seu “status”, mas existe um tipo de regra dentro das comunidades Nagô, onde geralmente vemos grupos distintos de Ekedi, de Egbon-mi, de Baba e Iyalòrìsà e mesmo as ìyáwòrìsà, as regras são claras “cada qual no seu cada qual, cada um no seu devido lugar”. Os mais tradicionais reprimem as noviças que não costumam seguir esta regra, pois consideram uma falta de  comportamento. 

Aos seus postos o Alagbe então se entoa a cantiga para que todos os Òrìsà se apresentem no barracão. Estas são geralmente em ritmos Bàtá, mas existem várias outras nas quais os ritmos diferenciam dependendo do Òrìsà. Então no momento em que este aparece na porta do salão, todos se levantam em sinal de respeito.

Cada Terreiro tem suas normas e regras, quanto à questão de quem dançará primeiro; alguns seguem a ordem cronológica do sire e outras, mesmo estranho a muitos adeptos, a ordem de idade de iniciação daquele que ali esta manifestada, ou seja, primeiro os mais velhos e depois os mais novos. Muitos se têm perguntado: Mas quem vai dançar? O inciado ou o Òrìsà? E o Òrìsà tem idade? Claro que teria que realizar um estudo mais profundo de quem foi os primeiros a serem emanados e ou nascidos e ainda, analisar vários outros fatores, principalmente o porque da conhecida ordem cronológica do sire.
Esta etapa do Candomblé é determinada de “Rum aos Òrìsà”; São cantigas específicas que não se ouve no sire, mas poderia ouvir as do sire neste momento. Isto geralmente não ocorre, por existirem um numero infinito de cantigas para os Òrìsà. São as cantigas mais pesadas, que relatam, mitos e histórias e revelam a fundo sua essência mística. As frases rítmicas das cantigas constituem uma espécie de onomatopéia e são verdadeiras locuções que reproduzem versos onde se exprime a natureza dos Òrìsà ali manifestados. Esta linguagem tem o poder de mobilizar o mundo sobrenatural. Este som melódico carrega àse, e o ritmo tem uma natureza idêntica a natureza do Òrìsà. A mesma frase rítmica, assim como os mesmos versos, são repetidos, por várias vezes, incansavelmente, entre a “pergunta – solo” e a “resposta – coro”. Não tem sentido, não há razão daquele que pergunta não ser respondido; este o motivo da maioria dos Terreiros terem um grupo, uma bancada, principalmente de mulheres, destinadas ao aprendizado das cantigas e a técnica do falsete. Esta repetição rítmica reproduz a duplicação generativa primordial. A repetição supõe a identidade do elemento ou do processo repetido. Repetir a mesma freqüência rítmica o mesmo verso é renovar a criação; daí o poder atribuído à “linguagem dos tambores”. Lembramos ainda que, as cantigas do Asa Òsányìn ou Sasáyìn, devem obrigatoriamente, serem repetidas por três vezes, para o encantamento agirem sobre as folhas ali presentes.

Cada grupo de cantiga esta inserida em um determinado ritmo. Cada ritmo tem seu nome característico originário do próprio culto, como por exemplo, o ritmo Opanije, do qual pertencente exclusivamente à Obaluaiye; o Lagun-lo toque guerreiro para Ògún; o Ajagun, toque guerreiro de Òsàgìyán; o Kitipo, ritmo para as cantigas de NãNã; o Adaro, ritmo típico de Oya; o Alujá, ritmo de Sàngó, o Ogele, característico de Oba e Yewa;
Alguns derivam do nome de tipos de tambores africanos, são eles: o Àgèrè, ritmo de Ode; o Ìgbín, ritmo dos Òrìsà Funfun; o Bàtá, ritmo da maioria dos Òrìsà; o Kìrìbótó, ritmo de Nãnã e o Ìlù, ritmo de Oya;
O ritmo Ijesa deriva de uma etnia Yorùbá, este ritmo típico de Òsún e Logunede, mas também utilizadas por inúmeras outras Divindades pertencentes ou que marcaram sua presença sobre esta região; assim como o ritmo Tedo, originário do Nago Tedo ou “Nago da Lama”, uma etnia extinta ainda na época da escravidão e muitas são as cantigas entoadas neste ritmo.


Sem entrar no “campo da coreografia” podemos notar que as Divindades manifestadas em suas noviças dançam frente aos atabaques e obedecem às chamadas “passagens” determinadas pelo Alagbe para que realizem com perfeição suas danças ritualísticas.

Para toda esta explanação acima, o conhecimento do Alagbe, deve ser amplo, deve conhecer, entender e saber todas as “cantigas de nação” do Terreiro, seus “toques especiais”; a adequação das cantigas, assim como a seqüência das mesmas e em que momento cantá-las; ter uma forte personalidade, além de ser excelente músico e cantor. Sabemos que existem determinados cânticos que somente devem ser entoados em festas específicas, por exemplo: quando da Festa de Osoosi, o Alagbe cantará um número maior de cantigas para esta Divindade do que para os Òrìsà que foram convidados. O número de cantigas para cada Òrìsà é tão expressivos que não teria como cantá-las em um único dia, além de tornar-se por demais cansativo e tedioso.

Dificilmente o Alagbe, conduz a festa sozinha, além de seu substituto o Otun Alagbe, este contará com a ajuda de outros tocadores convidados, dos quais são amigos do àse; para a tirada das cantigas contará com as egbon-mi da casa e ou convidadas. Este fato somente acorre quando em dias de festa pública, diferente em dias de “saída-de-iaô” onde somente o Alagbe do Terreiro têm o direito de tocar e entoar as “cantigas de fundamento”. Um bom Alagbe dá notoriedade e aumento o prestígio do Terreiro e são conhecidos e convidados pelas casas menores, ou filiadas aos grandes Terreiros. Assim sendo, a rivalidade entre os Alagbe e outros tocadores é notória e naturalmente, cada casa-de-santo se vangloria de possuir o melhor Alagbe, de que contam curiosas histórias de desafios de memória e de cantigas de sotaque. Estas cantigas de sotaque, que são verdadeiros insultos... 


PARTE IV – A DESPIDIDA


Voltando ao barracão, onde os Òrìsà após dançarem e serem homenageados aguardam o momento de se despedirem de seus adoradores. O Alagbe agora inicia um grupo de cantigas em ritmo de Ijika, denominadas popularmente de “cantigas de Oye”, mas que na verdade nem todas são de Oye. São cantigas das quais se refere a uma divindade em particular e ou coletivamente; referem-se também a vários postos, cargos e grau hierárquicos, inclusive aos tocadores; aos vários fenômenos da natureza, como por exemplo, a chuva e ao poder do àse. Neste grupo de cantigas todos dançam seguindo uma regra hierárquica juntamente com todas as Divindades presentes.

Então ao término da grande Festa dos Òrìsà, entoam-se as cantigas de despedidas que em sua essência dizem a todas as Divindades: “que estão indo embora, mas não se esqueçam de voltar”. Neste momento o Alagbe poderá optar mandar todos os Òrìsà todos de uma vez um a um ou em grupo, como, por exemplo, cantará uma única cantiga solicitara a todas as divindades femininas que deixem o salão e retornem ao orun.

Baba Guido Olo Ajaguna



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