terça-feira, 9 de junho de 2015

ÒSÁNYÌN OLUWA EWÉ




ÒSÁNYÌN OLUWA EWÉ



Sabemos o amplo conhecimento das tribos da África Equatorial sobre as plantas e suas qualidades terapêuticas. Para os Ioruba cada planta tem seu àse, seu poder para salvar ou matar, curar ou enfermar. As plantas não somente se atribuem propriedades curativas, mas também qualidades mágicas de toda espécie; algumas transmitem longevidade, fertilidade, exorcizam, atraem amantes esquivos e outras são portadoras de desgraças, sendo potencialmente nocivas, tóxicas e também mortíferas.



Òsányìn, é a divindade detentora deste conhecimento e do domínio sobre as plantas em geral para que exerçam o seu poder, Òrìsà que rege o amplo reino vegetal, havendo algumas exceções em algumas árvores frutíferas das quais muitas pertencem a Ìyámi Òsòròngà e são de domínios das "Anciãs da Noite". Pode ser chamado por diversos epítetos, como por exemplo Àgbénigi – "Aquele que vive na árvore", Elésè Kan - "Aquele que tem uma perna só" ou por seu nome tradicional entre os Ioruba Èlésìjé “Rei de Èsìjé”, um povo ao norte do território Ioruba, em Kwara, um Estado da Nigéria, onde Òsányìn se tornou rei. Estima-se que esta divindade não teve pai ou mesmo mãe, seria dizer que não nasceu de ninguém, que simplesmente apareceu, surgiu das entranhas da terra, assim como a vegetação. Òsányìn chega as Terras Iorubas por motivos de guerra, foi levado a Nigéria pelos Takuas e os Magines, nesse tempo Erinle, o primeiro Òrìsà a ser venerado por suas qualidade de curar e salvar enfermos, visto que chega Òsányìn demostrando o domínio absoluto das ervas e plantas. Desde então Erinle tem sido visto como “o médico” e Òsányìn o “curandeiro botânico” . A medicina natural que utilizam-se de folhas, denomina-se òògùnAcredita-se que Òsányìn, nasceu com conhecimento, o entendimento e a sabedoria milenar sobre as ervas e plantas. Trouxe estes “segredos” diretamente do òrún – Além, porque ao que se sabe, neste mundo, ele não teve mestre algum. É a primeira geração de divindades da floresta entre ele estão Alaaye, Igba e OgeÒsányìn Elésè Kan, este poderoso Òrìsà fisionomicamente não tem mais que apenas uma perna, a direita, que se locomove com rapidez, com saltos e corridas; um braço, o esquerdo, que se move com agilidade e tudo alcança; somente um olho que tudo enxerga; uma orelha extremamente grande, pela qual não ouve absolutamente nada; a outra orelha é muito pequena e tão sensível que capta os menores ruídos, os passos dos insetos, o voar das mariposas e até mesmo a formiga cortar uma folha; uma cabeça desproporcional ao seu corpo, que abriga os maiores segredos do mundo, quando fala, o faz somente o necessário, baixo e fanhoso; fuma tabaco e aprecia o aguardente, dizem que Òsányìn tem o desconcertante costume de aparecer de repente aos andarilhos para pedir-lhes “fogo”. Há muitos tipos de Òsányìn, sendo o Elésè Kan o mais poderoso e conhecedor da medicina botânica. Existe um Òsányìn com dezesseis pernas, mas este não tão poderoso com o primeiro. Òsányìn, emite um som peculiar atribuído ao pássaro chamado de
Opere que é representação mítica em sua ferramenta forjada em ferro. Não existe Òsányìn sem Opere, os mitos relatam que Òsányìn voa a noite montado em seu pássaro. Dentro de nossa religião, Òsányìn e uma das mais importantes divindade, a redor deste Òrìsà giram todas as atividades da iniciação e de consagração a um Òrìsà, seria como dizer “Ko si Ewé Ko si Òrìsà” “sem folhas, sem orixá”, que não há ritos sem os “atributos herbários” de Òsányìn. Este quem purifica cada fragmento tangível, cada tributo, cada objeto a ser utilizado nos ritos de cerimônias de Òsà e Ifá. Sem deixar de mencionar sua capacidade curativa e mágica empregada em outra situações fora das cerimônias sacramentais. O “Dono das Plantas” é um Òrìsà masculino, que representa a castidade do homem, já que esta entidade não teve esposa nem filhos e sim discípulos por sua exclusiva incursão dentro do segredos da natureza. Seu culto nasce no Odu Ogbe – OturaÒsányìn é uma entidade de muita força, de grande poder e justiça, um  grande protetor do mal para com seu filhos e as pessoas que cumpram com suas responsabilidades. Aqueles que são vitimas de “feitiçaria” ou
“maldades” pelas mãos de seus inimigos, este Òrìsà se converte em um fiel protetor, uma arma potencial para a destruição dos inimigos ocultos
e declarados na margem da Justiça. A representação física desta divindade, esta composto por: Obakere Aboran - uma imagem talhada em madeira; Elegidi ou Aweru - cabaça que esta dependurada; Ikoko Ogo - recipiente de barro onde estão acomodado os principais segredos desta entidade e o Ematon Osunemblema em ferro forjado constituído por uma haste central, encimada por um pássaro, sustentada por uma base da qual se elevam seis outras hastes em forma de leque. Todas estas peças sagradas representam juntos a força de Òsányìn, cada um tem em seu interior uma carga
secreta e mágica que faz a interação com este Òrìsà. Alem destes atributos existe o edun-ara – pedra-de-raio e o Opon – tabuleiro para a realização de oferendas. O fundamento de Òsányìn tem uma grande complexidade, requer uma combinação de tantas potências materiais, assim como espirituais e ademais seu culto é muito amplo. Complicado por ser muito antigo, de
antigos anciões, homens dedicados por completo a guarda e o controle desta força em potencial. O assentamento de Òsányìn não se descreve somente com boneco, terras, cascas, raízes, folhas, pedras, minerais, ossos, hastes de ferro e outros; este é muito mais que combinações. Para muitos, grande, poderoso, intransigente, desconfiado e possuidor
dos mistérios das ciências médicas. O chamam para revelar o bem ou o mal deificado para o culto. Adivinho e Senhor absoluto do Reino Vegetal, poderia chamá-lo de Divindade da Farmacopeia. Por isso se diz: “Sem Òsányìn não há medicina natural, não há esperança de cura, não há magia; sem ele não há vida, conseqüentemente médico e botânico por excelência, benfeitor e protetor de todos, que sempre retorna ao nosso encontro, seja no reverdecer das plantas, o germinar de uma semente, o desabrochar de uma flor, o resplandecer de uma árvore, o saborear de um fruto, o degustar de uma raiz e cada vez mais descobrimos uma espécie nova que surge na natureza aos olhos do ser humano”

Baba Guido Olo Ajaguna

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